terça-feira, junho 07, 2016

Reflexões lentas - a propósito da "Europa do António" - 2

de factos i relevâncias (caderno X):
(continuação)

«Diz NSantos, em chamada de relevo no seu A Europa do António já não existe, que a partir de 2008 começou uma outra história da União Europeia, subordinada à hegemonia indiscutível da Alemanha e ao apagamento da Comissão Europeia.

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Talvez!..., mas há uma outra história que tem história anterior e que fazia prever esta de agora. 

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Prevista e prevenida.

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Aliás, já que estou em retrospectiva, a história da União Europeia nasce com (ou em) Maastrich que, por sua vez, nasce com a redacção do tratado que foi muito para além do que sria a continuidade e consagração de um Acto Único (a 12, os 6 de Roma mais Irlanda, Reino Unido e Dinamarca, Grécia, Espanha e Portugal) que ajustava o Tratado de Roma de 1957 às condições criadas com o alargamento – mercado único-1992 e coesão económica e social –, no contexto de uma Europa em coexistência entre a guerra fria e a hipocritamente pacífica.

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Por isso, se pode dizer (e assumir o dito) que, em plena elaboração de tal Tratado de Maastrich, este inflectiu em função do que também constava do seu objectivo (de alguns na correlação de forças), e criou a tal União Europeia, a consagrar com a União Económica e Financeira e com a União Política (a saírem de conferências intergovernamentais), dando prioridade ao objectivo Adnaueriano da “recuperação das províncias perdidas a Leste”.

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(e, claro, esquecendo, a tal coisa chamada coesão económica e social, ou melhor: pervertendo o princípio através de aplicações lo cais ao serviço de conceitos como produtividade e competitividade, assim anulando vantagens comparativas na óptica produtiva, de aproveitamento de recursos, e de soberanias nacionais)

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Mas a democracia instalada, a necessidade de manter a fachada de participação dos povos, mesmo que reduzida ao voto ou referendo, começou logo a estragar tudo.

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E a tal União Europeia, segundo a evolução dos tratados entre Estados soberanos e iguais, começou logo a não ser o que/como era para ser.

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O não dinamarquês (dos dinamarqueses) veio juntar-se ao não dos noruegueses (rotundo e reiterado), e os arquitectos da União Europeia tiveram de entortar (ou de endireitar) o projecto, libertando-o de objecções que os povos lhes pudesse colocar quando não de acordo com as decisões do poder económico e financeiro (cada vez mais financeiro) dominante.

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Foi então, ainda não história ou só mal esboçada, que a história da União Europeia começou a ser outra.

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Inevitavelmente. Se não, não seria…

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E a impor-se como sendo… a Europa!, quando cada vez mais se afastava de uma Europa puzzle de vontades informadas dos povos e de seus Estados soberanos, entrando-se num caminho que só poderia dar… nisto!

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Em 1993, escrevi…


continuará

2 comentários:

Olinda disse...

Os estragos da imposição desta política neoliberal europeísta,só não os vê,quem os não sente.Ai,Portugal,Portugal,do que é que estás à espera?Bjo

Marília Gonçalves disse...

Força VALENTES E INCORRUPTOS LUTADORES,FILHOS DE PORTUGAL
AVANTE E DEVOLVEREMOS O BRIO E ORGULHO DE NUNCA TER DEIXADO,NO MAIS PROFUNDO DE SI,O AMOR INTENSO DE SER PORTUGUESES.

ABRAÇO A TODOS OS ANTIFASCISTAS

Marília Gonçalves (Poeta del Mundo)