terça-feira, fevereiro 16, 2016

Reflexões lentas... só por nascermos






Páginas (que são reflexões) num quase.diário:


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E, depois, é-se assaltado pelas “manchetes”.

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Que é, dos jornais, aquilo que todos lemos porque é o que nos é atirado à cara.

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Ainda ontem, ao lado das fotografias do mau tempo e das suas nefastas consequências, tínhamos amostras significativas do mundo em que nos querem obrigar a viver.

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E que temos o dever cidadão de nos esforçamos por tentar transformar.

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Como hoje também temos “manchetes” (digo) provocadoras, e amanhã iremos ter, de certeza.

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Mas aquela fotografia de um bébé a dar os primeiros berros de vida autónoma (mas dependente, mas dependente como sempre será) ficou-me nos neurónios (se é este o lugar onde certas impressões ficam e se fixam).

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E saltou-me para a impressora e desta, por digitalização, para o computador e anda por aqui às voltas para, talvez…, amanhã se apresentar na Universidade Sénior na conversa sobre cidadania, a nossa animada conversa semanal

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por nascermos?!

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Mas não é certo que agora (não no tempo em que eu nasci, e quando nasceram os meu filhos), agora logo à nascença somos considerados… cidadãos e, juntamente com o nome, é-nos atribuído um número de contribuinte.

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Para pagar impostos?

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Claro… mas quando? SÓ e quando se tiver um rendimento… por se ter nascido!

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Assim se nasce neste mundo monetarizado, em que se assimila cidadania a ter, logo logo ao nascer, um número de identificação fiscal e a ter direito, não à saúde (a não ser tendencialmente e com taxas de moderação), não à educação universal e gratuita, mas a um rendimento.

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Cujo rendimento esse deverá passar por um banco para que todos os rendimentos, todos juntinhos façam muito movimento, viajem por praias lá fora, se multipliquem artificialmente, fechem circuitos, ou círculos viciosos.

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Basta!, digo eu… que sou economista de profissão (se é que ainda existe).

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O rendimento é… o outro lado.

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É outro lado de um produto, de um serviço.

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Produtos para que um recém-nascido não contribui em nada, serviços que não presta a ninguém;

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mas ele, recém-nascido, é apenas – e SÓ – o que tem direito a viver, porque é um ser humano e, por isso, animal diferente dos outros animais e que criou, pelo conhecimento e comunicação, pela contínua transformação da natureza (de que é parte), um viver solidário de divisão e cooperação, um viver com os outros, em cidade.

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A não ser que se retire o obsessivo sentido monetário que se infiltrou, imbuído neste mundo e tempo monetarizado até à perigosa insensatez.

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Isto é, que se reduzam as moedas, os créditos, os défices, os títulos, as obrigações, os juros, os lucros, à sua importante insignificância de meios, de instrumentos para que os cidadãos vivam em estado de cidadania, ou seja, de humana condição. 

1 comentário:

Olinda disse...

Este mundo,que nos toca percorrer,é,sem dúvida,um mundo muito desumano!Cabe-nos contribuir,cada qual com o que pode e sabe,para alterrar essa tendencia de desumanidade a caminho da barbarie.Bjo