sábado, agosto 15, 2015

CRÓNICA DE UMA MANHÃ NO MERCADO - 2

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Esse começo da tarefa “às portas” do mercado, em que teríamos sentido alguns engulhos na receptividade aos nossos papéis... não quero ser simplista e injusto mas para que muito contribuiu o ambiente criado pela atitude de alguns emigrantes em carência de protagonismo: estamos aqui!… estamos a ter sucesso… somos “outros”… viemos à terra… queremos lá saber de políticas… vocês é que puseram isto na merde…  (béu-béu… tais-toi, chou-chou)… os políticos são todos iguais, querem é monei… pois, pois, lá nisso da “Europa” vocês têm razão, aquilo é um falhanço… mas nós nem votamos!... ah! isso não é assim, vocês podem votar e não desperdicem  esse direito).
Ainda assim, cumpriu-se a tarefa e alguns de nós, mais pacientes, insistentes e determinados, conseguiram vencer barreiras e ter conversas interessantes, curiosas, com conclusões convergentes e despedidas calorosas. As razões, desde que consigam ser expostas e argumentadas, impõem-se. Esta situação tão difícil, sobretudo para quem trabalha ou trabalhou, as causas da necessidade de procurar noutros lugares o que aqui todos poderiam/deveriam ter, é culpa de alguns políticos, mas é, sobretudo, consequência das políticas que esses políticos e partidos servem, servindo-se. O que há que mudar. E depende de nós, de cada um e de todos. Onde quer que estejamos.

E partiu-se à conquista do mercado. Ao interior, às entranhas das 5ªs. feiras cá do burgo. Repletas, vibrantes de animação e vida. De familiaridade. Ainda bem!
Um “banho” de gente, a que não faltaram as crianças de uma escola, em grupo desalinhado/alinhado com discreto (mas enorme) esforço das suas professoras, muito atentas e cuidadosas. Um agitado grupo a mais entupir o que já entupido estava.
Encontros e mais encontros, olhares de revés, saudações amigáveis, algumas solidárias (há muito que não o leio… gostava do que escrevia cá no jornal, escreva… lá escrever, vou escrevendo, não tenho é onde publicar… ah, sim?, não me diga!... pois é!).
A passagem-visita ao lugar onde os vizinhos mais vizinhos expõem o seu produto, "a criação", e quase só ali nos vemos, apesar da excelente (e bem prestável e amiga) vizinhança, com água no poço e primícias à porta. Desta vez com os netos a acompanhá-los.
O circuito habitual. Sempre diferente.
Até 4 de Outubro lá voltaremos. 
E depois. E sempre. Enquanto.


1 comentário:

Justine disse...

Uma excelente crónica! Espero a próxima vez. Sempre. Enquanto!