quarta-feira, janeiro 07, 2015

Reflexões lentas - segredos e gestões

Para intervalar com a crónica "7 dias em Maio", que está em curso de escrita - o "cronista" vai no dia 19 de Dezembro, e acabamos de chegar à Vila de Maio (de antigo nome Porto Inglês), capital da ilha de Maio -, aqui se vêm deixar algumas reflexões que a situação que vivemos, aqui e agora, suscita, ou melhor: provoca!

  • Os vários segredos. Ele há o segredo de justiça, que parece existir para ser violado, em nome-alibi de uma "informação" aparentemente completa mas sempre desvirtuada e manipulada, ou servindo de pretexto para só se dizer o que convém que seja dito. Ele há, agora, o segredo fiscal, ele há o segredo de ordem pessoal, confessional, profissional. Impunha-se uma ementa dos segredos a respeitar para que não se utilizassem "à la carte".
  • As gestões. Houve uma "moda" (ou vaga) do vocábulo gestão. O uso e a utilização da palavra serviu - e serve - para imensa coisa. E, numa economia em deriva de financeirização, até pareceu mesmo que gestão complementava e/ou substituia a racionalidade económica. No entanto, tudo mais se transformou - no léxico - quando se começou a dividir a gestão em boa (que seria a privada) e em má (que seria a pública). O que se procurou transformar em "verdade" consensual, e que está a ser esquecido quando a realidade a veio tornar em perfeita falácia. É que a gestão dita privada invadiu os "negócios do Estado", ou seja, a dita gestão pública foi privatizada, adoptando os critérios privados, tão prevalecentemente individuais que egoístas, quando não criminosos ética ou humanitariamente. O caso tornou-se particularmente gritante no sistema bancário. Está bem â vista (e ao ouvido) a "bondade" da gestão privada. Bem a mostram os BPN, BPP, BCP, BES/GES, PT, e mais, e mais. Dir-se-á que a tal "bondade" da gestão privada tem provocado gravíssimas malfeitorias e que há necessidade (e urgência) de impor uma gestão pública onde só ela pode garantir (mau grado erros que possam ser cometidos) a prevalência do interesse geral.    


1 comentário:

Olinda disse...

Nem mais.Houve uma moda do vocâbulo gestao e houve um gestor muito na moda,pago a preco de oiro para servir interesses privados em detrimento dos interesses pûblicos.

Bjo.