quarta-feira, agosto 29, 2012

O coro das hostes, ou dos escravos increus


Parecem mesmo um coro. Pouco trabalhado nos ensaios, e formado por coiros a várias vozes.
Há um que tenoriza, cheio de imaginação, sobre a mendicidade sem que tenha de se pedir esmola, há um outro que barotina, algo cansado mas sempre com vicente, sobre a fadiga tributária, há um baixo que já esteve a mais e é achista (boa, Samuel!) que acha que aqueles que deviam cantar sobre que lhes diz directamente respeito deviam estar calados, há ainda uma voz hesitante que gorgeia coisas pouco compreensíveis sobre a soberania nacional de que lhe lembrou agora, houve também uma voz lançada intempestiva, fora do naipe, cujo papel no grupo ainda não se percebeu muito bem se é para afinar ou desafi(n)ar mas eles lá sabem... ou lá serão obrigados a saber pelos donos da pauta. Em resumo, muitos sons e pouca afinação.
No outro lado do coro, nos contraltos nada contritos, vem o mais velho que nunca se cala e é sempre ouvido, fazer um solo sobre a falta de vergonha, ária (ou área?) em que é especialista, enquanto o que está à experiência, cheio de arrojo, trauteia que quando tiver a batuta (é uma obsessão esta de ter o poder, e faz batutar), desfará o que agora estão a fazer os alternantes.
O grupo coral interno, que é um aparente duo formado por três em que alguns vão cantando com um caladinho que nem um rato e viajando, está a dar espectáculos em todos os écrans do País, por ocasião deste fim de festas e enquanto se inicia o encontro dos co(i)ros ao mais alto nível, com uma exibição especial, ao jeito de ensaio geral numa universidade estival, antes da "grande cena" no "grande palco", em que haverá um número especial feito por elemento que teve grande impacto em anteriors actuações mas que agora não pode esconder que vai nú, como não se cansava de gritar gente do povo.

1 comentário:

Graciete Rietsch disse...

Que grande orquestra nos destrói a audição!!!!!

Um beijo.