terça-feira, novembro 08, 2011

Leituras de fim-de-semana (e não só) - 3 - Marx e o dia de trabalho - 1

Tendo-me aparecido obrigações inesperadas, resolvi aproveitar coisas que estou a ler (a estudar!) para deixar três "posts", programados numa montagem para o dia de hoje. Tinha a intenção de aqui trazer estas transcrições, pela enorme oportunidade para reflexão e aprofundamento ideológico, mas antecipo. Deixo-as - para as 10.30, 13.00 e 16.00 (com um ou outro sublinhado e uma ou outra nota à margem que estavam, e continuarão, a ser tomados) - com a única intenção de comunicar e propor à reflexão aprofundada a que Marx nos convoca, e antecedendo-as de parte que está em "post" anterior, que se repete.

A. «(… ) Onde isto aconteceu, o trabalho servil raramente brotou da servidão; inversamente, foi sim a servidão que na maioria dos casos brotou do trabalho servil (...). 


1. (…) logo que os povos – cuja produção se move ainda nas formas inferiores do trabalho escravo, do trabalho servil, etc. – são atraídos a um mercado mundial dominado por um modo de produção capitalista, que desenvolve a venda dos seus produtos para o estrangeiro como interesse prevalecente, aos bárbaros horrores da escravatura, servidão, etc., é enxertado o horror civilizado do trabalho a mais.
(em simultâneo com o desemprego!...)


3 comentários:

Fel de cão disse...

Retido, por hoje, em casa, dei uma olhada por aqui...Vejo que Marx continua em grande por ai. Dormi pouco esta noite...Sem saber muito bem o que fazer tenho estado de volta dum homem que, penso, lhe seja muito querido, Bento de Jesus Caraça...Já várias vezes fiz este exercício...fico sempre a pensar no mesmo...Onde estão, se é que existem, "Homens Cultos " como Bento De Jesus Caraça? Bom dia. Abraço.

Sérgio Ribeiro disse...

É... para a cultura integral do indivíduo!
Sobre Bento de Jesus Caraça, um comentário é sempre curto. E morreu com 47 anos!
Quanto à existência de "homens cultos", acho que sim, acho que existem... estão em dificuldade de se libertarem das mordaças, como BJC esteve. Alguns, vão pelo sonho, vão pela poesia. Está certo, mas é pouco. Só a luta, meu amigo, só a luta.

Abraço

Ricardo O. disse...

Há pouco lia um dossier sobre a «saída do euro» de um jornal do economês dominante.

A certa altura, sobre os riscos da saída lemos: «Portugal perderia estabilidade monetária e cambial e poderia voltar a competir necessariamente com base nos salários baixos»

Por outro lado, na página anterior, sobre os benefícios potenciais de ficar no euro, o "jornalês" (jornalista economês) escreveu: Estabilidade monetária e cambial que o euro traz, com tudo o que isso implica para o poder de compra dos portugueses»

Muito sinceramente reconheço a minha ignorância àcerca do "jornalês" em causa, e não querendo ser ofensivo, não resisto a perguntar [para o "jornalês" ou para quem se sentir obrigado a ouvir]:
- Afinal a economia portuguesa alterou o seu perfil em que acenta a sua competitividade em baixos salários e na crescente precariedade das relações laborais?
- Afinal a turbulência cambial e monetária da liberalização monetária deixou de existir com o euro? Afinal o que poderemos ler na evolução das relações euro/dólar e nas taxas de juro dos mercados interbancários (referencias para a taxa de juro de toda a economia)?
- Afinal, a tal estabilidade monetária, com o euro os portugueses e s povos da Europa têm recuperado [ou ganho] poder de compra, ou a utilização do crédito não tem sido a armadilha do capital para garantir elevadas apropriações e acumulações?

Diz o mesmo "jornalês" que o maior risco para a permanência de Portugal no euro [eu arriscaria dizer para a permanência do euro e do SME] será a possibilidade da economia não reanimar... Mas, por acaso, já terá perdido algum minuto a olhar para o quadro [ou o gráfico, que é de leitura mais amiga] que a AMECO disponibiliza sobre o hiato do PIB português?

Sérgio, sei que desviei-me do tema, até porque gostava de salientar que até parece que Marx escrevia para Portgual, nestas primeiras décadas do Século XXI, mas foi mais forte. Não resisti em resistir a tanta falta de honestidade intelectual!