segunda-feira, outubro 17, 2011

A propósito de mais meia-hora de trabalho por dia...

A questão essencial do tempo

Para alguém “de esquerda”, mais rigorosamente: para um marxista, tem de juntar a dimensão tempo ao espaço em que está e é.
Cada um de nós não é mais, como ser humano, que o tempo que vive, e o que nesse intervalo – curtíssimo – faça. Mas é, também, o que colha de o tempo antes de si, o que ou aquilo que  possa deixar para o tempo que sem si será.
No capitalismo, o essencial da questão (essencial) do tempo consiste no tempo de trabalho. Dividido em tempo de trabalho vivo necessário para, com apoio de todo o trabalho cristalizado nos instrumentos e objectos de trabalho, satisfazer as suas necessidades, e tempo de utilização da força de trabalho apropriado pelos proprietários dos meios de produção.
Neste sentido, e como registo, o socialismo será, por definição, um sistema de conquista de tempo livre.
Em capitalismo, a luta – que é luta de classe – tem de evitar o apagamento dessa divisão do tempo de trabalho, não sendo o ser humano livre quando o seu tempo de trabalho (e de vida!) é utilizado por outros seres humanos (em classe) como coisa sua.
No dia 1 de Maio de 1886 a luta dos trabalhadores, nos Estados Unidos (em Chicago), conquistou a regra de 3x8 – 8 horas de trabalho, 8 horas de repouso, 8 horas de tempo livre – e tão importante foi que do 1º de Maio se fez o dia do trabalhador. Em que se consagrou 8 horas por dia para tempo livre!

O acrescento de ½ hora por dia, a “gestão” do “banco de horas”, a ameaça sobre os sábados e os feriados, a mobilidade, são atentados ao que, no essencial, os trabalhadores foram conquistando, na luta, a partir da relação de forças das classes sociais.

O tempo!
Livre. Para ser vivido

anotações durante a reunião do CC.
enquanto a camarada Carolina falava de lutas e da luta,
repetindo como quem glosa
é tempo de ter tempo para

4 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Tanta luta para,em nome de uma crise que não criamos, virem retirar-nos os direitos que conquistamos Não podemos permitir.

Um beijo.

Anónimo disse...

...e eu que não sabia que eras do Comité Central...lol

Anónimo disse...

...e eu que não sabia que no Comité Central havia uma Carolina..., será loura?

Sérgio Ribeiro disse...

... e eu que não sabia que eras tão engraçadinho/a...