segunda-feira, outubro 24, 2011

De Maio a Outubro, com o antes e o depois

Nestas “digressões” em que ando acontecem coisas que dão grande satisfação. Que valem… não dinheiro mas tempo de vida.
Depois da iniciativa em Rio Tinto, como se não bastasse ter sido o que foi (uma sala cheia de camaradas E amigos em luta e para ela mobilizadis), tive o bónus de ficar em casa de Amigos (que são camaradas), o que deu conversa pela madrugada dentro, um pequeno-almoço não mensurável em estrelas de hotel mas em atenções e pequenos-grandes gestos, e ainda – como se não bastasse! – um “saco de prendas”…
Ora nesse “saco de prendas” vinha uma gravação de uma iniciativa sobre o livro de Álvaro Cunhal “Partido com paredes de vidro”, realizada a 7 de Maio, em Estarreja. Por isso aqui venho.
Estive a “ouvê-lo”. A rever e a aprender. A procurar erros cometidos, coisas ditas “a mais” (tempo mal empregue) e coisas “não-ditas” (tempo não aproveitado). A trabalhar!
E, no dia de hoje, em que há tanta informação sobre as reuniões “comunitárias”, em que tudo parece baralhado, coberto pelo “manto diáfano” das fantasias da comunicação, foi útil ter revisto o dito em 7 de Maio sobre as “ajudas” em que Portugal cooperava relativamente à Grécia (com bancos a pedirem emprestado a x% para emprestarem a (x+y)%, no seu desenfreado negócio), com o alerta, então feito, para as consequências quando se renegociasse a dívida grega e, inevitavelmente, uma parte ficasse por pagar por ser impossível tudo transferir, sem limites, para os trabalhadores e as populações.
Assim se pode "desbaralhar" muita informação. Ao ter de se  “perdoar” uma parte da dívida grega, agrava-se a situação de endividados de quem fez negócio com a “ajuda” que deu. Percebe-se então bem o que quer dizer contágio. E o radicalismo de posições no sentido de nada se “perdoar”, apesar de só se estar a “perdoar” o que se revela impossível de pagar... e para tentar salvar o euro e a União Económica e Monetária e, até, a União Europeia.
O que se passou ontem, com os ministros das finanças, e hoje, com a "cimeira", e o que se passará quarta-feira, com mais “cimeira”, só se pode entender pegando nestas pontas do novelo. E há o “núcleo duro” do novelo que é o próprio funcionamento do capitalismo, nesta sua fase.

3 comentários:

cid simoes disse...

Haverá "cimeira" com gente rasteira?

Graciete Rietsch disse...

Noite bonita a de sexta-feira.
Quanto às cimeiras ,o que poderá sair de bom com aqueles participantes?

Um beijo.

GR disse...

Nestas tuas incursões de norte a sul do país, apesar de muito cansativas não deixa de ser interessante.
Quantas pessoas (camaradas ou não) conheces? com diferentes atitudes, formas de falar, gastronomia variada. É cansativo, muito desgastante, mas não deixa de ser enriquecedor.
Sobre a gravação, penso que todos os Debates deveriam ser gravados, não só para revermos, podendo fazer um outro debate (através do CD), como dar oportunidade a muitos que não viram.
Sobre a Cimeira, tenho a certeza que não sairá nada de novo.
Se mal estamos, pior continuamos!

BJS,

GR