segunda-feira, outubro 10, 2011

Chipre-5 - cronicando...

mais uns excertos (dia 10):

(...) fomos almoçar a Larnaca, no transporte público que começa a ser-nos familiar.

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Andámos por ali, e fomos almoçar a um restaurante simpático, o Alexander, mas a finalidade era ir ver o Museu Pierides, ontem fechado.

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Arqueológico mas um bocado baralhado.

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Tem muitas coisas e época (históricas), e é de uma fundação privada.

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Com muita coisa interessante (misturada…), a sua peça emblemática é o homem que grita

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(peça de terracota de 4.500/5.000 anos A.C.)

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Mas o homem (pré-histórico) não grita por ter chegado a Chipre o FMI!, grita porque é homem!

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Confrontei, mais uma vez, e aqui também com ansiedade e quase desespero, aquela situação de olhar para os escaparates dos “quiosques” e das tabacarias ou congéneres, e não ser capaz de perceber uma palavra do que dizem as primeiras páginas.

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O desespero de não saber o que se está a passar aqui, onde estamos, nesta terra e com esta gente que também somos, deste País de que tanto gostamos de saber o que se passa.

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Mas… procurei e encontrei.

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Encontrei um jornal em inglês, o The Cyprus Weekly.

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E bem se justificava a ansiedade.

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Estão mesmo a passar-se coisas, e importantes, nestes nossos transitórios tempo e espaço.

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Christofias, que foi secretário-geral do AKEL (partido que se define marxista-leninista), e que foi eleito Presidente da República de Chipre até Fevereiro de 2013, está a ser colocado numa situação muito delicada, em que o único apoio que parece ter é o do seu partido, que não abandonou emboratenha deixado o lugar que tinha para ser Presidente da República de Chipre.

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Não tenho mais informações, a língua impede-me de conversar com as pessoas… estou numa semana de férias…, mas reconstitui o que me parece objectivo e de interesse informar.

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A partir de aqui.

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A sequência dos factos mais relevantes:

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A 29 de Janeiro de 2009, Hilary Clinton acusou um navio de carga cipriota de estar a violar o embargo de armas ao Irão.

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O navio foi procurado e detido.

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O cargueiro foi confiscado e colocado na base naval de Mari, em Chipre.

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Assim se criou um problema de contornos muito complicados, quer internacionais, quer nacionais., embora dele pouco se falasse.

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A 11 de Julho de 2011, houve um incêndio no cargueiro seguido de explosão de que resultou a morte de 13 pessoas e extensas destruições.

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O Ministro da Defesa e o Chefe da Guarda Nacional demitem-se nesse dia.

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A 21 de Julho, um reputado advogado (Polyviout) é encarregado, pelo Presidente, de um inquérito sobre as responsabilidades do governo e instituições no desastre.

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A 3 de Outubro, é entregue e divulgado o relatório desse inquérito e, nele, Polyviout considera  que o Presidente tem “sérias responsabilidades institucionais e pessoais” no desastre, o que Christofias recusa.

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Uma verdadeira campanha, em que se vê grande envolvimento com participação de familiares das vitimas da explosão, parece estar em curso para que Christofias se demita, o que ele recusa.

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Para agravar a situação, as negociações de paz e segurança dos cidadãos entre Christofias e responsáveis da parte de Chipre ocupada pela Turquia estão em curso, e tinham algum desenvolvimento ao nível tripartido com as Nações Unidas, e eleições neste momento seriam muito complicadas, ainda porque se “o homem que grita” não o faz por causa da vinda do FMI, Chipre não pode estar indiferente ao que se passa, economicamente, na U.E

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E, depois, olha-se para a televisão, vêem-se debates acesos, vê-se alguém do AKEL a falar – muito pouco tempo em relação a todos os outros (ao que me pareceu) – e não se percebe uma palavra.

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E não querem que fale em quase desespero…

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Aqui estou.

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Reformado.

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E numa curta semana de férias, há muito marcada!

3 comentários:

GR disse...

A situação em Chipre está muito fragilizada, contudo, os trabalhadores ainda têm o apoio do Presidente da República de Chipre e naturalmente do AKEL, nós aqui, não temos apoio de ninguém a não ser do PCP, a nível governamental estamos numa situação muito pior.

Mas pensando bem, estás de férias não te deves aborrecer, nem angustiar. Tens sim de desfrutar as magníficas estátuas que mostras, as ruas, o povo. Quando terminar a viagem então já podes e deves continuar a trabalhar.

Uma semana passa tão depressa que só tens mesmo é descansar e visitar.

GD BJ,
GR

Graciete Rietsch disse...

Seria de admirar que Chipre passasse incólume nesta tentaiva de destruir tudo e todos que se opõem à voracidade do Imperialismo.
Mas a continuação do Presidente e o apoio do AKEL, dão-nos a esperança de que o passo em frente, embora pequeno, possa ser o início de uma bela caminhada.
O Povo, de tão espezinhado,acabará por acordar.
Deve ser fascinante o Chipre. A língua é um entrave, mas a beleza compensa.
Foi pena não terem estado na comemoração do 4ºaniversário do CRAVO DE ABRIL.Foi lindo.

Um beijo para os dois.

samuel disse...

Seria de estranhar que não fosse montada uma qualquer estorieta...

Abraço.