quinta-feira, agosto 05, 2010

Privatizações...

Hoje, 6 de Agosto, o dia fica registado. Foi o dia dos anúncios da privatização do BPN e do avanço dos processos de privatização da Galp e da EDP. E de ouvir comentários sobre os anúncios. Os dos partidos e os dos comentadores encartados.
Curiosamente, haverá alguma unanimidade. A que me junto, como cidadão interessado.
Tal como foi feito o anúncio, como foi dada a informação, ficou tudo mais que nebuloso. Desmentindo anúncios anteriores e revelando um certo desnorte, precipitação.
Fixemo-nos em dois números da anunciada privatização do BPN.
Para os (talvez...) 4 mil milhões de injecção indirecta de capitais públicos para tapar o buraco aberto pelas manigâncias financeiras, buraco de que apenas se cobria parte da implosão do "edifício" criado para as falcatruas, atira-se, agora, com uma privatização em que o único dado seguro é um estranho valor mínimo de 180 milhões, ao que parece, mas nada claro, relativo tão-só ao património do que foi nacionalizado e que respeita a agências e balcões, sem nada ser informado (aquilo era uma informação formal!...) sobre a dívida, o buraco e se há e qual a parte que entra nesse negócio para que se informou (!) que só se fará se alguém der mais de 180 milhões. E o resto? Todo o "lixo" (e tóxico) continua "nacionalizado"? Vagamente se falou em 3-empresas-3, mas ninguém terá ficado com informação mínima. Mínimo só 180 milhões...
Estando o mercado no estado em que está, quem é que, neste momento, nesta conjuntura..., está a conduzir estes negócios?
Se em 1848, Marx e Engels escreviam, no Manifesto, que "o moderno poder do Estado é apenas uma comissão que administra os negócios comunitários de toda a classe burguesa", na actual relação de forças - de que de nenhum modo pode parar a luta para alterar -, o Estado contemporâneo parece estar a ser apenas uma comissão administrativa que promove e executa os negócios da fracção da alta finança da classe burguesa.

1 comentário:

Graciete Rietsch disse...

AS negociatas de sempre.
E o uso da palavra "nacionalização" para a injecção de capitais públicos(nossos) no BPN, é revoltante assim como a sua reprivatização(em que nós todos ficamos a perder, não eles) e todas as privatizações anunciadas.
Crimes imperdoáveis.

Beijos.