segunda-feira, abril 12, 2010

Da enfermidade à efemer(a)idade

O sistema (o capitalismo… dando "o nome aos bois") está enfermo, o estafermo.
Assim é em resultado do seu funcionamento e da sua impossibilidade de regeneração. Um dos instrumentos que criou "à maneira" sua e do qual o nosso primeiro-ministro da altura, biblicamente eufórico, disse ser a pedra sobre a qual se iria construir a Europa (!) e, decorrentemente, um futuro feliz e próspero para todos, esse instrumento está a ser posto em causa tal como foi criado.
Após menos de década e meia de existência de vários lados surge a questão da sua efemeridade Surpreendente, não por assim ser mas pelos lados de onde vem sendo dito, ou só vislumbrado como possibilidade. E a culpa seria dos PIIGS!, designação encontrada para Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e eSpanha (de um "bom gosto" que ofenderia os intitulados se os seus governantes tivessem sensibilidade nacional).
Esta temática tem a maior relevância. Poria tudo em causa se houvesse um mínimo de bom senso, mas este acompanha o bom gosto na ausência por onde (não) andam.
E, não querendo eu que se afaste de mim o que de outros, próceres do sistema, está ausente, permito-me transcrever os dois últimos de cinco parágrafos de uma das 40 fichas (a C10) que compõem a edição de 1997 de edições avante!(*), NÃO À MOEDA ÚNICA, em que se escrevia (e pode ler!):

«(…) Para além dos efeitos que este cenário credível teria na economia portuguesa, acelerando a destruição do aparelho produtivo e exportador (e criando mais desemprego), diminuindo remessas de emigrantes e receitas do turismo ao mesmo tempo que se agravariam os saldos negativos da balança comercial, parece de sublinhar que os que ganhariam, quer os portugueses que fazem turismo, quer os que estão ligados à actividade de importação, quer quem (pessoas, empresas, capitais transnacionais) exporta para Portugal e em Portugal importa, definem estratos sociais (e de classe) de grande peso político.
"Cenário" catastrófico? Não. Perspectivas realistas e configurando as condições em que esta luta continua.»

Voltarei. Ao tema e ao livro. Para que seja eventualmente útil, para mim e para outros, na explicação do que se está a passar.

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(*) - Não à moeda única - um contributo, Lisboa, Junho de 1997

2 comentários:

Graciete Rietsch disse...

Infelizmente, as opiniões do PCP(neste caso as que mencionaste no teu livro porque também são tuas e resultante de uma reflexão séria e sem ideias preconcebidas) só muito mais tarde virão a ser confirmadas.

Um beijo.

Maria disse...

Achei que tinha este livro por aqui. Não tenho. Mas vou tentar arranjá-lo por causa de umas discussões amigáveis que se avizinham... para estes lados...

Beijo.