domingo, fevereiro 07, 2010

Falemos (só um bocadinho) a sério!

Fala~se para a comunicação social para que ela chegue à opinião pública e transmita uma imagem. Vivemos nesta "democracia"...
A Grécia! A Grécia tornou-se exemplo (mau), pretexto (forte), alibi (descarado).
O Ministro da Finanças veio. com contida indignação a que empresta o seu ar de avô preocupado, distanciar-se da que chama grave situação grega, e afirmar ser importante "tornar bem patente que a situação portuguesa é completamente diferente da situação grega". Mas...
De onde isto é transcrito (interessante artigo na p. 8 da Economia do Expresso, de Ana Sofia Santos e Jorge Nascimento Rodrigues), um mapa ilustra, mostrando a Grécia com um desemprego de 9% contra 10,4% de Portugal, um (de)crescimento do PIB de -1,1% na Grécia contra -2,9 em Portugal.
Mas estes números não valem nada. Para umas entidades fantasmas que recentemente apareceram à luz do dia, a "dar cartas" como têm dado na sombra, o que conta é, exclusivamente, o risco para o investimento em função da dívida e do défice (orçamental, claro). Impondo tanto como, ou mais que, ou de parceria com o FMI & Cia.
Com a aparente força (e despudor) com que sairam do susto e da "crise", os apologetas exclusivistas dos critérios nominativo-financeiros não hesitam em considerar desemprego, produção, consumo como dispiciendos face ao capital-dinheiro, ao dinheiro-simbólico, ao capital fictício, a ser criado e a acumular-se nas mãos de uns poucos que assim polarizam a posse da riqueza das nações.
Não para assustar, mas para alertar e estimular para o esclarecimento e a luta, aproveito o final do artigo que refiro.
«O Programa de de Estabilidade e Crescimento (como se quer/ordena que todos os Estados tenham, a exemplo do que foi - e é - o PEC que veio ligado ao euro) traçado em Atenas promete medidas de forte contenção orçamental, como por exemplo só permitindo a entrada de um funcionário público mediante a saída de cinco trabalhadores da esfera do Estado. Ou o corte de 10% nas progressões na carreira na Administração Pública e uma política salarial que irá representar um corte de 5% dos salários reais.»
Há outra economia. Tem de haver!
E está nas nossas mãos. Desde qe não ceguemos com os holofotes e não emprenhemos pelos ouvidos.

8 comentários:

Fernando Samuel disse...

Há.
Está nas nossas mãos.
Está na nossa luta.


Um abraço.

Anónimo disse...

Easily I to but I think the list inform should acquire more info then it has.

hugo carrola disse...

Outro rumo, outra política - sim é possível e está nas nossas mãos!

Gostaria de deixar aqui parte do discurso do Secretário-Geral do PCP, no encerramento do Seminário
«2000/2010 – Dez anos de política de direita – exigência de ruptura», que pode ser lido na íntegra no site www.pcp.pt

"Uma nova política, que afirme Portugal como um país livre e soberano, com uma clara orientação que rompa com a conivência e subserviência face às políticas da União Europeia e da NATO; que tome corajosamente posição em prol das grandes causas da liberdade, da democracia, da autodeterminação dos povos, do progresso social e da paz, que assegure a defesa intransigente dos interesses nacionais e considere a independência e soberania nacionais como valores inalienáveis da nação e que desenvolva uma política externa baseada na diversificação das relações com outros países."

GR disse...

Há outra política! A nossa!
Como é possível ao fim de tantos anos o eleitorado ainda optar por outra política, sabendo que é a maior vítima?
Continuemos a Lutar!

Esta análise é para mim muito útil.

Bjs,

GR

samuel disse...

Assim pudessem as pessoas vê-la... sem boicotes, silenciamentos, distorções. Vê-la, não como foi, ou como se pensa que foi, ou como se diz que foi... mas como deve ser.

Abraço.

Anónimo disse...

Informações e esclarecimentos de extraordinária utilidade, sobretudo porque vivemos num universo de informação (quase toda) mentirosa,vigarista e trafulha.

Campaniça

Anónimo disse...

"Pensar que estas novas tarefas se podem resolver com as forças dos velhos partidos sociais-democratas, educados nas condições pacíficas do parlamentarismo, equivale a ficar condenado a uma derrota inevitável".

Stalin, Fundamentos do leninismo, pág.116

Sérgio Ribeiro disse...

Fernando Samuel - Pois é!
Hugo Carrola - Obrigado pelo complemento!
GR - Pois... continuemos a lutar. Há alternativa?
Samuel - Olhando para a frente... sem antolhos.
Campaniça - Isso tudo. Negócios...

Abraços amigos para todos os não-anónimos