segunda-feira, fevereiro 22, 2010

De olho vivo nas lebres e galgos!

Como Margarida Botelho (De olho vivo!) e João Frazão (A lebre) alertam com pertinência e acutilância na coluna actual do último avante!, lançou-se uma lebre e há que estar de olho vivo porque é grande a marosca.
A “lebre” teria sido “libertada” por Paulo Portas, com a sua incomensurável (e insuportável…) demagogia, para correr à frente de todos os galgos mancomunados para “exemplo” da baixa de salários e perda do 13º mês a impor como inevitáveis. A começar por eles. Dizem eles…
Para exemplo, e para seguir o exemplo irlandês. Tudo exemplar!
Depois, uns distintos economistas, reiterando o que não se cansam de debitar, toca de virem reforçar, com todo o peso da sua aura de grandes técnicos, a ideia (a fazer) feita da necessidade de que, mais que conter, há que baixar salários, nomeadamente na função pública.
É um concerto!
E as pessoas ouvem, vêm, resmungam… e vão sendo envenenadas, vão ficando intoxicadas. Pois é… “toca a todos”…
Berro que NÃO!... e domino o vernáculo a querer saltar.
Seria fácil, para quem vive nesse mundo prostituto – e para que ele prostituto continue – perder 5 ou 10% dos rendimentos, ou abdicar de um mês dos réditos com que se locupletam. Para quem acumula chorudas reformas ou para quem, de tenra idade e nenhum currículo, além de jotinha e de amizades duvidosas, ter – estamos na “onda” dos exemplos… – um ano em que receberia menos um mês dos mais de 320 anos de salário mínimo que recebe (2 milhões de euros ao ano são mais de 320 anos de 475€/mês vezes 13 meses!) seriam menos 166 mil euros a arriscar em “aplicações de casino“, e não beliscaria uma que fosse das suas inúmeras e plenamente satisfeitas necessidades vitais, de luxo e de fausto e ostentação.
Mas claro que nem isso fariam! Trata-se, apenas, de um álibi, de uma “lebre”, de um total despudor para justificar uma política injustificável do ponto de vista humano: continuar, e agravar, a política que despreza os “outros” seres humanos, que apenas se faz com a finalidade de multiplicar o capital financeiro nas mãos de cada vez menos.
Veja-se se alguém (desses!) fala de uma economia que considere o aproveitamento dos nossos recursos como base, o consumo interno como importante, o nível de vida das populações como objectivo?
.
De olho vivo neles! E lutando. Também contra a despudorada demagogia e manipulação da informação.

10 comentários:

Justine disse...

Desprezível, toda este gente que faz da vida uma mentira contínua relativamente aos outros, apenas para seu proveito pessoal.
O teu post está claro, conciso e denunciador.

Anónimo disse...

olá ségio
nada de novo... apenas seguindo a mesma lógica de sempre:
trabalhai , que o país(eles) preciso do vosso esforço.
a crise é só para alguns.
e nós (que já nem pertencemos a este mundo, antes a um sub-mundo) , que remédio temos senão trabalhar para... comer.
o povo assim quer, o povo assim terá.
abraço do vale

Graciete Rietsch disse...

O problema é que o povo farto de sofrer, cada vez mais espezinhado, lá vai aceitando as demagoglas deles e, não tarda, aí temos o " salvador". É urgente desmascarar essas falsas ideias, mas quem lê o AVANTE, quem nos ouve?
Hoje estou um pouco pessimista. Mas tenho que vencer este desânimo que às vezes me ataca.

Um beijo

Anónimo disse...

E a caixinha do veneno lá vai,todos os dias e a toda a hora, cumprindo a sua missão, destilando a baba peçonhenta destes figurões e figuronas com ar de pessoas sérias.

Campaniça

Antuã disse...

E a exploração continuará cada vez mais violenta o que determina que continuemos a luta ainda com mais convicção.

samuel disse...

Quando eles começam a querer dar "exemplos"... é preciso ficar de olhos bem abertos...

Abraço.

Maria disse...

Há que desmontar esta 'coisa', porque um dia destes ficamos sem subsídio de férias e nem damos por isso... com o argumento de que toca a todos!

Abraço

Anónimo disse...

Como censurar um comentário inocentemente e se dar nas vistas?
É fácil,( vide em Reflexões...lentas-adenda).
Os solertes do PCP são hábeis nestas tranquibérnias...

Sérgio Ribeiro disse...

tranquibérnias?
solertes?

Chiça!
Do que vocês seriam capazes se não fossem... anónimos!

Anónimo disse...

A idade das reformas está a aumentar em toda a Europa e qualquer dia será a vez de Portugal.
O ocidente está desnorteado e toma medidas insensatas como a de aumentar a idade das reformas quando o desemprego é tão grande e não vai reduzir-se a curto prazo. Escravizam-se os velhos e impede-se os jovens de chegarem aos poucos empregos que ainda há. Os velhos, muitos deles doentes, hão-de morrer a trabalhar enquanto os jovens, cheios de força e vontade de trabalhar são mantidos fora do mercado de trabalho, ou em trabalhos de faz de conta financiados em parte pela Segurança Social. Depois já com quarenta ou cinquenta anos, que irão fazer os actuais jovens quando os pais morrem? É que são os pais o seu amparo económico. Será que irão herdar a pensão de reforma recusada aos pais? ou será então a altura da explosão social que o ocidente tanto procura?

Zé da Burra o Alentejano