sábado, dezembro 05, 2009

Já agora, Ramos Rosa

O SOL DA CASA

Sou o que veio por um momento
de sol.

Vim até à beira da janela
até ao hálito da casa.

Venho até ver com o sol
o ouro do campo
da casa.

Uma boca lenta que percorre
o sabor dos quartos
desta casa de terra quente.

Venho até quase à boca desta casa
silenciosa de sol.

4 comentários:

Maria disse...

E aqui o cinzento...
Boa tarde!

Anónimo disse...

Estou convencida que este belíssimo poema só poderia ser escrito por um poeta português.

Campaniça

Justine disse...

Quase diria que ele passou aqui por casa!

jrd disse...

Um dos nossos grandes, dos maiores, poetas.

"(...)não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração."
ARR