sábado, janeiro 10, 2009

Excertos de Caderno Vietname - 4 (balanço 1)

Em "trabalho caseiro" acabei o Caderno de Viagem. Tinha de me libertar desta tarefa para poder "partir para outras". Ficaram 67 páginas de texto e algumas fotos. Aqui tenho trazido alguns excertos. Agora, vou deixar 3 pedaços do que chamei "brevíssimo balanço". E "até breve, Vietname"... ainda que lá não espere voltar (embora muito o desejasse).
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« (...) Nunca fui tão longe. Tão longe no espaço e no tempo.

Apesar de já ter estado nas Filipinas e nos Uruguais e nas Islândias, nunca senti ter ido tão longe no espaço. Apesar de, no tempo, já ter recuado aos Egiptos, às Guatemalas, à soviética Odessa e Potemkine, também aos Portugais (a Portugal e ao que foi e é nas dedadas históricas bem impressas nos viveres de outras gentes de outros lugares), nunca fui tão "agarrado" pela convicção de que confrontava, com os meus olhos e passos, séculos e milénios… a História da Humanidade.

Esta viagem, se tão longe foi, claro que não o foi apenas objectivamente, foi-o, sobretudo, no plano da minha sensibilidade. Que foi guardando impressões, que as foi transformando em breves notas, enquanto se ia transformando, ela-sensibilidade, em objectividade. Minha.

Sei, como então não o terei sabido, que vivi intensamente, no final dos anos 60, começo dos anos 70, os “massacres que nos vinham do Vietname”, até para falarmos de outros massacres que, então, nos vinham de Moçambique;

Sei, como então não o terei sabido, a importância que teve assumir riscos não só de assinar o que assinei, como de tomar as atitudes cívicas que tomei, como a de me responsabilizar pela edição do que era preciso que alguém assumisse.

Sei, como então não o sabia, toda a dimensão heróica da determinação de um povo, de um povo diferente e heterogéneo mas unido, com uma vanguarda, com um líder, personificação e exemplo de uma luta.

E intuo, como então não o poderia intuir, que esse povo é especial (como todos o serão…) e que, nas condições concretas que foram as suas, e que são as suas, é um povo em que se pode confiar. É um povo que, como disse o treinador de futebol Henrique Calisto, que está no Vietname a trabalhar, e não por razões de dinheiro fácil (ou difícil que fosse), é um povo que ensina… solidariedade

6 comentários:

samuel disse...

Belo retrato de um país e de um povo.
Ao contrário de outros povos, que na sua maioria, da História só aprenderam a lição da vingança e intolerância.

Anónimo disse...

Boas, outra vez comentando fora do tópico, ou lá fundo nem por isso. Afinal isto anda tudo ligado.

Venho então aqui deixar o link que permitirá, a quem estiver interessado, guardar os primeiros 38 postes da etiqueta «Materialismo Historico».

http://www.mediafire.com/?sharekey=09e8a43c68941e3bd2c59293b363aee09a6367783469a0e2

Tem quatro ficheiros. Dois criados pelo André Levy, e outros dois por mim.

Sendo dois em PDF, e dois em doc (ficheiro word). Assim poderá quem quiser alterar a seu gosto.

Entretanto, feito isto, irei juntando os futuros posts da etiqueta...

Agora, que venha mais acerca do Vietname.

Anónimo disse...

Link acima está errado... está marado!

O correcto é este:

http://www.mediafire.com/?u1o31yygdwj

Esperemos que esteja tudo ok agora.

GR disse...

É através desta tua viagem (nossa também) e com a tua sensibilidade que revivemos velhas guerras, novos povos, confirmando que Vale a Pena Lutar e o valor da Solidariedade.
Excelente ideia o “Caderno da Viagem”.

GR

Anónimo disse...

Obrigado camarada Sérgio, por teres partilhado connosco esta viagem merecida, mas, ainda assim sempre com a intenção de aprender mais e sempre o gosto pela partilha e pela solidariedade
Bem hjas!
Abraço camarada.

Maria disse...

Obrigada por me dares a ler mais estas palavras especiais (porque de sensibilidade se trata) sobre a História deste Povo!