sexta-feira, julho 11, 2008

3 notas de rescaldo


  1. De um comentário: «A exibição do irrisório, do ridículo, do enfatuado, em contraponto com a procura (cansada, a faltar paciência...) de verdadeiro debate sobre o estado em que estamos. Os truques simplórios, baixos, de nos "fazerem parvos": chamar direita à direita para que, fazendo o papel da direita, se auto-colar a etiqueta de esquerda, carimbar de sectários os consequentes vangloriando-se de uma modernidade que não é mais que o serviço aos poderosos (financeiros), criar artificiais conflitos com base em indignações espúrias que escondam "pontes" para outras margens. Uma tristeza, um nojo.»


  2. Governo honesto, dit-il? É um governo honesto o que se permite usar estratagemas como aquele dos exames para a estatística? Um escândalo, uma vergonha. E a fazerem-nos “passar por parvos”.


  3. De um comentário: «há que sublinhar que o "debate" não foi só "aquilo". Se tivesse sido apenas "aquilo" que nos causticou não valeria a pena termos lá quem lá conseguimos meter para nos representar! E há que dar força àqueles sacrificados... dizer-lhes que vale a pena lá estarem!» E agradecer-lhes o sacrifício!

10 comentários:

Anónimo disse...

Paranóia: doença mental caracterizada pelo conceito exagerado que de si mesmo faz o doente que se julga incompreendido e superior ao seu meio, tendo por vezes delírios de grandeza ou de perseguição.

Fernando Samuel disse...

É claro que é fundamental a presença de representantes dos trabalhadores e do povo no Parlamento - mesmo sendo este o coração do regime burguês (ou por isso mesmo) - e quantos mais lá tivermos menos difícil é a luta, a luta de massas,que é decisiva para dar a volta a isto e avançar...

Um abraço amigo.

Anónimo disse...

Inspirado no ensaio de Álvaro Cunhal "A verdade e a mentira na revolução de Abril"acho que Sócrates quando diz "desafia"quer dizer "convida"o PSD.Ainda nos livros;"(...)Na realidade,a ideia nacional,isto é,a conquista e a defesa da independência nacional tem hoje um conteúdo progressista que lhe confere uma extrema importância.Porque a conquista e a defesa da independencia nacional são parte integrante da luta contra o imperialismo(...)".Sérgio Ribeiro In-PEQUENO DICIONÁRIO DE ECONOMIA-2ªed.Junho 1974! A luta continua!

Anónimo disse...

Paranóia: doença mental caracterizada pelo conceito exagerado que de si mesmo faz o doente que se julga incompreendido e superior ao seu meio, tendo por vezes delírios de grandeza ou de perseguição.

Sérgio Ribeiro disse...

Exactamente, Fernando Samuel. Nem mais nem menos!
José Rodrigues - que alegria ver-me assim citado, passados 34 anos.
Por último (e por agora), nem sei como interpretar (e agradecer) alguém que vem aqui, a este modesto cantinho, fazer e repetir um retrato tão acertado do nosso (salvo seja!) 1º ministro. É pena que tenha sido um anónimo e que deve estar a sofrer de Alzheimer... esquece o que disse hora e meia antes!

Anónimo disse...

Acompanhei o debate de ontem, no Parlamento, primeiro pela rádio e depois através da RTP2. E fiquei com a ideia de que os parlamentares deveriam fazer como as equipas desportivas: assistir, após "o jogo", ao seu desempenho. Quero dizer: rever o vídeo daquilo que disseram e fizeram.

O Parlamento bateu no fundo. Os deputados são, na sua generalidade, pessoas muito distantes do comum dos mortais. Falam entre si e apenas para si. Usam o sarcasmo e a piadola a torto e a direito, quando se justifica mas sobretudo quando não se justifica. Fazem da situação do país campo de batalha para as suas pequenas guerrinhas de parlamento, aparentemente sem se dar conta que o país, lá fora, ou está ausente do debate, ou a ele assiti com espanto.

E por falar em "espanto": uma das intervenções que mais espanto me deu foi a de Jardim Gonçalves, dirigida à direita mas com um absoluto vazio de ideias. Muita retórica para tentar o supremo golpe de ilusionismo: mostrar as diferentes substantivas entre o PS e os seus companheiros de governo do passado, PSD e CDS.

No parlamento, a generalidade dos deputados usa estratagemas de enorme baixeza para perturbar as interveções dos outros. Interrompem, aproveitam pequenas pausas para criar ruído, riem-se do que se diz, quando o que se diz não tem piada rigorosamente nenhuma.

Penso que a desvalorização da instituição parlamentar deriva de várias causas, mas uma delas é a seguinte: as eleições legislativas já não têm como motivo fundamental a eleição dos representantes do povo para a assembleia, mas antes a escolha do primeiro-ministro.

O resultado é que regra geral temos um PM fraquinho, e parlamentares fraquíssimos. Os do Bloco-Central, mais aquela gente do CDS, metem dó pela falta de educação.

Maria disse...

Sublinho o ponto 3. do teu post.
É preciso ter um estômago muito bom para ouvir tudo aquilo e continuar com a compostura...

Justine disse...

Comentários certeiros,os teus,e este aqui certeiríssimo e cheio de humor!
Raiospartam!!

miguel disse...

não se agradece o trabalho.
lá que fazem falta, fazem. Este é sem dúvida o coração dos novos regimes da burguesia, o do circo da ilusão e da democracia espectáculo. No entanto, reparam como a própria burguesia começa a impor limitações a esta "democracia" - lei dos partidos, descredibilização do sistema, círculos uninominais... - não se esqueçam que este parlamentarismo é o resultado de longa luta... espero que não tenhamos de vir a defendê-lo...

Sérgio Ribeiro disse...

Exactamente isso. E o que custou a conquistar este passo!, a que se deviam juntar os da democracia participativa e o da vigilância e acção revolucionária... para mais se avançar.