quinta-feira, agosto 09, 2007

UMA HISTÓRIA DE AMOR ou DE (S) ENCONTROS - 2

Parte 1
PRIMEIRO DESENCONTRO
POR AMOR DE DOIS


Intemporal
ou uma história do que é eterno enquanto existe

Não era igual. Não podia ser igual ao que tinha sido há 20 anos.

Mas continuava a ser amor.

Tinham, ao longo dos anos, criado o hábito de jantar num dia certo do ano no mesmo restaurante em que, há 20 anos, os juntara os primeiros convite e aceitação. Nunca falhara, apesar das idas e vindas, de dificuldades várias.

Não se tratava de comemoração, diziam, até porque houve anos em que alargaram o jantar a amigos porque dera jeito, sem que lhes tivessem comunicado alguma razão especial para aquele jantar, ou para que o jantar fosse só (ou particularmente) deles.

Mas, talvez porque 20 é um número redondo, naquele ano esperavam a data com alguma relativa ansiedade.

Talvez porque havia alguns problemas na vida de cada um que se reflectiam numa certa necessidade de se refugiarem na vida que deles era. Talvez porque novos trabalhos e outras tarefas mais os afastassem e fizessem sentir saudades do que continuava a ser.

Assim se disseram, e assim pensaram fazer.

Tendo falado disso com uma inabitual antecedência, naquela despedida que, como todas, semana a semana, já preparava o regresso.

3 comentários:

Maria disse...

O primeiro registo: um amor de 20 anos, é possível, sim. Mesmo sem ser igual, porque fatalmente é um amor mais adulto...

Anónimo disse...

bonito, pá. gostei particularmente desta, «naquela despedida que, como todas, semana a semana, já preparava o regresso».

GR disse...

Um amor de vinte anos poderá ser muito tempo, poderá também ser um instante.
Contudo, como tão bem diz a Maria, sim é possível!
A única diferença é, no começo o amor mistura-se com paixão, descoberta, desejo. Depois, lentamente o amor consolida-se, amadurece. Porque os dias são sempre diferentes, a “rotina” nunca é igual e os diálogos são mais longos!

GR