quinta-feira, março 01, 2007

Ex-citação

A constância das eras. O tempo é um absoluto, cujos limites são o «antes» e o «depois». O ritmo desse absoluto é elíptico, embora seduza a ideia da sua forma derramada, fluída. De fluxo, portanto. De algum modo, o tempo é assim, uma sucessão pautada. Atrás os trinta, adiante os quarenta. Uma espécie de impasse. De onde tende a sobrevir uma sensação grave. Que daí, de tal impasse, há duas saídas possíveis apenas, ou pela suspensão ou pela derrapagem. À suspensão chama-se morte. À derrapagem chama-se envelhecimento. Não há escolha. De um ou de outro modo, o tempo matar-nos-á. Segismundo.
Isto foi tirado do Albergue dos danados, onde um tal de (ou do?) Zambujal veio logo, a correr, reagir a comentários já (ex)postos e fazer um seu comentário, que também se (ex)cita:
Para quê complicar, especulando, o que o segismundo tão bem disse?
E não tem, ele, atrás os setenta (que já cá me cantam...), adiante os oitenta (se continuar em derrapagem pois em-velho-sou!).
Não tem... mas parece.
O tal de segismundo sabe muito de "a constância das eras", para a idade....
Aqui fica um abraço respeitoso. Merecido. zambujal

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá Zambujal e a todos que là vivem, os que tem os vinte á frente ,custa chegar là depois os trinta, chegam depressa e o meio século ?!!!!!
Bem hája a todos esses ;pois nos sentamos concerteza nos mesmos bancos da escola velhinha cheia de burácos no seu soálho,tempos pobres é verdade mas que alegria quando nos jntava-mos todos junto do «Nicho» brincando. Ou por outro canto nos encontrávamos.
Agora o tempo passa depressa ,até porque já começamos a ir mais devagar,passam-se os anos e daqui a umas dezenas ainda cá estaremos, mas vamos pedindo uma dezena de cada vez. Um abraço afectuoso para todos os conterrâneos com um carinho muito especial para os que tem já mais uma ou duas dezenas pois esses ainda os cosigo conhecer,mas não quero dizer que são velhos ,é tão bom ver pessoas idosas e cheias de juventude ! Não é verdade Dr Sérgio?
Com muito carinho,me retiro .Até uma próxima.

Amélia

Sérgio Ribeiro disse...

Que bonito, Amélia!
Obrigado por este comentário que tão bem ilustra a "constância das eras" quando - e enquanto - somos humanos. O texto é de um amigo de 30 anos, o primeiro comentário é de um de 70, este seu, Amélia, é de uma querida conterrânea e amiga de 50.
Como o mundo pode ser bonito.
Mas não é...
Viva o Zambujal (que não eu, mas o que é nosso)