segunda-feira, novembro 27, 2006

Consumada a arrecadação pelo Grupo Mello de 75 milhões de euros por actos não praticados

Feita a pausa Mounti, que logo provocou uma chuva de comentários de que se sente a falta noutros "posts", aqui vai esta informação oportuna, retirada (com a devida vénia) de "blog" vizinho e amigo (flórula infame).

«MP arquiva investigação a contas do Hospital Amadora-Sintra

Despesas não efectuadas lesaram o Estado em 75 milhões de euros (15 milhões de contos).
Foi arquivado o processo contra os antigos dirigentes da Administracão Regional de Saúde de Lisboa , encarregues de fiscalizar as contas do Hospital Amadora-Sintra.
A falta de fiscalizacão lesou o Estado em 75 milhões de euros, pagos ao hospital por despesas não efectuadas. O Ministério Público concluiu que os gestores foram negligentes mas não tiveram intenção de beneficiar o grupo Mello, que gere o hospital.

O relatório da Inspecção-Geral das Finanças de 2002 chega à conclusão que o Estado tinha pago à sociedade gestora do Hospital Amadora Sintra 75 milhões de euros por actos que nunca tinham sido praticados.
O documento acrescentava que o Hospital Amadora Sintra não tinha cumprido com as obrigações para com a Segurança Social, nomeadamente a Caixa Geral de Aposentações.
Na altura, o Inspector-geral das Finanças não teve dúvidas em acusar 26 antigos dirigentes da Administraçãoo Regional de Saúde de Lisboa, que tinham a responsabilidade de fiscalizar as contas do hospital.
Agora, o Ministério Público decide arquivar o processo-crime contra os antigos altos funcionários do Ministério da Saúde, dizendo que a sua conduta não acautelou os interesses do Estado, mas acrescenta que nenhum deles teve intenção de o fazer.
O despacho de arquivamento não deixa, no entanto, de fazer críticas à forma como o Estado fiscalizou o contrato feito com o grupo que gere o hospital. Diz que a par de práticas burocráticas incorrectas, faltaram os meios e os conhecimentos técnicos aos que tinham que avaliar a gestão do hospital. »
(SIC-on-line)
Comentário(s):
Nesta República das Bananas, 75 milhões de euros são pagos pelos nossos impostos para os bolsos do grupo Mello por actos nunca praticados e o MP manda arquivar o processo por falta de meios para os altos funcionários encarregues de fiscalizar a gestão do primeiro hospital público entregue à gestão privada. Certamente, homens políticos influentes.
E o grupo Mello? 75 milhões de euros é um lucro... limpinho.
Haja saúde!

3 comentários:

Anónimo disse...

Ouvi o protesto de uma senhora, dizendo: “Pois é, ela recebe o rendimento mínimo e anda a trabalhar, ganha um balúrdio como mulher-a-dias, consegue tirar por mês mais de 200 € e o rendimento mínimo”.
Esta tua notícia já tinha saído, eu perguntei-lhe porque razão não se insurgia ela, com a notícia do Grupo Mello, porque razão não se insurgia, com a prepotência do desgoverno de Sócrates? Porque razão não se revoltava, com o fecho das Urgências Hospitalares? Cada utente que seja transferido, para o hospital concelhio da região que (por acaso são Empresas S.A.) o Estado irá dar 75 €.
Lá ficou ela a discutir a fortuna de duas centenas de euros da vizinha, que enriquecia à custa do povo trabalhador.
Setenta e cinco milhões de euros, é muito dinheiro! É o nosso dinheiro!
Mas a reacção do povo, mais uma vez, foi de grande passividade e falta de interesse!
O que se passa?

GR

Anónimo disse...

vergonha, vergonha, vergonha

Anónimo disse...

Para além do roubo consentido há que realçar a situação de parecer que o MP acha natural que os "técnicos responsáveis" da ARS não tenham tido as competências (ou as condições) que deviam ser exigência para nomeá-los para tais funções... Se não são eles imputáveis deveriam se-lo os que os nomearam... Esta "naturalidade" com que se "arquiva" o processo e se deixa na impunidade o roubo a todos nós é absolutamente revoltante... dá-me náuseas...